quinta-feira, 11 de agosto de 2011

SENTIDOS NA VERSÃO QUE FICOU


Gente, leiam este texto na integra e entendam nosso papel na construção de sociedade mais democratica racialmente!!!

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"Obviamente, a escola brasileira ainda não superou a cegueira histórico-cultural, porquanto permanece disseminando imagens e transmitindo informações que ferem aos princípios da moral, da ética e da cidadania de um determinado grupo social. A partir da exposição de imagens negativas, a escola articula-se com uma formação ideológica que autoriza a produção de certos sentidos e que a obriga a silenciar outros, fazendo com que a população negra enraíze um sentimento de inferioridade em relação a outras culturas."
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O discurso produzido pelo grupo dominante sobre a população negra, igualmente a outros discursos, emerge dos relatos dos colonizadores europeus, missionários e viajantes, que aqui se instalaram, tomaram posse da terra, extorquiram e maltrataram negros e índios. Os relatos discursivos produziram sentidos que colocam uma marca de nascença que funcionará ao longo de toda a história dessa população (ORLANDI, 1990). É uma história construída por uma fala que não é dela, mas produzida pelo dominador, uma história a ser passada a limpo.
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Essa herança do regime racista serve ainda hoje para camuflar o corpo sem rosto do preconceito disseminado na sociedade e considerado como algo que não se explicita, por não ser totalmente transparente. Sabemos, entretanto, que o racismo está vivo, ativo e atuante; é sutil, velado; mostra-se desfigurado nas relações cotidianas. E, enquanto prática ideológica dominante, legitima um discurso que, muitas vezes, obriga o afrodescendente a reconhecer em si mesmo o estigma da inferioridade e a aceitar o clareamento da pele e cabelos com o propósito de ser valorizado e socialmente aceito.

A IMAGEM DO AFRODESCENDENTE NA ESCOLA: SILÊNCIOS E SENTIDOS NA VERSÃO QUE FICOU

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